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51st STATE: ainda (muito) atual

Nesses tempos de visita de George W. Bush à América Latina, é óbvio que eu não poderia pensar em outra coisa que não no New Model Army.

Sim, o New Model Army. Grande banda inglesa dos anos 80, uma das mais criativas e politizadas do tal "pós punk" britânico e, mais importante, uma das primeiras a exibir um sentimento de censura aos Estados Unidos em suas letras. Em várias de suas composições, a banda de Justin Sullivan (ou 'Slade the Leveller', como preferem os saudosistas dos 80s) descia a lenha na política norte americana dos tempos de Guerra Fria - e na subserviência de Margaret Tatcher e do governo inglês às patotadas da antiga colônia. Mas para mim nada que eles fizeram se compara à estupenda "51st State". Trata-se de uma pérola, não só musicalmente - revezando arranjos de violão e guitarradas pesadas com grande desenvoltura - como também liricamente - a letra, escrita na verdade por Ashley Cartwright do The Shakes, é de uma ironia feroz e de subentendidos que falam alto, bem alto. O título refere-se ao conceito do 51º estado americano, muitas vezes usado para se referir a países ou territórios que os EUA consideram estratégicos e onde eles investem pesado no lobby político e militar. Ah, vá lá, segue a letra abaixo para vocês terem uma noção:

Look out of your windows, watch the skies
Read all the instructions with bright blue eyes
We're W.A.S.Ps, yeah proud American sons
We know how to clean our teeth and how to strip down a gun

We're the 51st state of America

Our star-spangled Union Jack flutters so proud
Over the dancing heads of the merry patriotic crowd
Tip your hat to the Yankee conquerors
We've got no reds under the bed with guns under our pillows

We're the 51st state of America

Here in the land of opportunity
Ah! Watch us revel in our liberty
You can say what you like but it doesn't change anything
Because the corridors of power they're an ocean away

We're the 51st state of America

E como eu estou muito, mas muito bonzinho hoje, tomem aí o mp3 da música também:


O mais impressionante para mim, no caso, é perceber como a letra dessa música (escrita em 1986) encaixa bem com o panorama atual. Vinte anos se passaram, os "inimigos da democracia" são outros, mas as coisas seguem seu rumo no mesmo ritmo de antes. E o Reino Unido segue sendo o bom menino que faz tudo que o dono manda. Pois é.

Enfim, se esse post não presta para mais nada (afinal, You can say what you like but it doesn't change anything), pelo menos curtam a canção. Se gostarem, comprem e/ou baixem o disco que tem essa música (o magistral "The Ghost of Cain") e depois a discografia inteira. Isso sim é que devia tocar nas festas anos 80, não aquele monte de música brega...


NOTA DE RODAPÉ: Vocês leram a "reportagem especial" da Zero Hora de quarta sobre a invasão da Via Campesina às supostas "áreas florestais"? Sério, se não viram, dêem um jeito de arranjar o jornal de quarta e verem com os próprios olhos. A manchete de capa já é linda: "o setor florestal como alvo", como se plantações de eucalipto fossem mata nativa do RS. Mas o filé mesmo é a "reportagem" em si - confesso que mesmo eu, acostumado a ser crítico com as bobagens da ZH, fiquei abismado lendo essa "matéria". É uma aula de não-jornalismo, um desfile de imparcialidade, uma pérola de cretinice do mais alto quilate. Nenhum contraditório (falaram até cansar com os empresários prejudicados, mas de representantes da Via, nem um suspiro), nenhum interesse em esclarecer os fatos que ocorreram, nem mesmo uma tentativa discreta que seja de disfarçar a falta de vergonha na cara. É um editorial (mal escrito) travestido de matéria "jornalística", e a desfaçatez é tal que nem assinatura a "reportagem" tem. Afinal, é "reportagem especial", para que assinar, não é? Nem é questão de simpatizar com a Via Campesina ou com o MST, é de ver uma coisa que deveria ser muito séria ser tratada de modo extremamente tendencioso sem que haja sequer respeito à inteligência do leitor. Que vergonha do jornalismo gaúcho, meu Deus.

Acabo de baixar. Sensacional.

li e comentei no Bola Romena. Mas não era sobre isso que iria falar.

É que esqueci de um detalhe muito importante: um goleiro como Duckadam, cujo primeiro nome é APARA, está destinado a tratar a bola nas suas mãos com muito carinho.

abraços.

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