quarta-feira, abril 18

Mudamos

Pois então, pessoas. A singela ameaça do post anterior se confirma: estou de endereço novo. Agora, estou publicando meus humildes textos no seguinte endereço:

http://natusch.wordpress.com/

Todos os posts feitos aqui estão lá reproduzidos, e a partir de agora não haverá mais atualizações por aqui - só lá. Espero que vocês gostem da mudança de ares e de visual - eu, particularmente, achei que ficou muito bacana. Da mesma forma, os que bondosamente me lincam em seus blogs particulares estão convidados a efetuar essa pequena mudança de endereço em seus templates e blogrolls.

Enfim, nada muito drástico. Só muda a casa; o resto segue igualzinho. Divirtam-se, e sejam felizes.

domingo, abril 15

Quero brincar de Johnny Ramone

Tenho pensado em comprar uma guitarra. Bem, no fundo isso não é bem verdade: acho que só agora, na frente do PC, eu de fato organizei as idéias ao ponto de formular uma sentença coerente do tipo. Mas é fato: quero, sim, tocar guitarra. Sim, eu sei que comprei um baixo faz bem pouco tempo e não, não estou de modo algum pensando em abandonar as quatro cordas e muito menos a minha mui amada banda de Metal. Na verdade, eu só ando com vontade de tocar guitarra, sem maior preocupação técnica, uma coisa bem 'just for fun' mesmo. Talvez tenha a ver com o fato de eu andar ouvindo muito punk rock ultimamente (especialmente Ramones, como qualquer um que passou por perto de mim nas últimas semanas sabe muito bem) e até arriscado umas composições em três acordes bem sem-vergonhas de uns dias para cá. Talvez - e acho que isso é até mais provável - eu esteja começando a achar graça de novo na música, depois de um tempo meio longo em que as coisas estavam estacionadas e eu mesmo acabei me acomodando um pouco demais. Ando cheio de planos - o que é uma desgraça, posto que não tenho em absoluto tempo para concretizá-los - e, que diabos, dificilmente vou ganhar dinheiro tocando, então que se dane. Quero dar risada e brincar de Johnny Ramone enquanto é tempo.


Mas, se vocês acham que eu vou botar uma grana alta numa guitarra zero quilômetro, vocês devem achar que estou rico e, sinceramente, estarão redondamente enganados. Tenho duas prestações do meu baixo para pagar, e lá pelo meio do ano quero ter um computador zerinho em casa, pronto para eu poder trabalhar no que quiser - música, inclusive. Então, digamos que botar fortunas num instrumento que pouco mais será do que um brinquedo é excentricidade demais para um humilde assalariado como eu. De repente eu compro a do meu irmão, uma Epiphone que está encostada há tempos - é uma opção barata e adequada ao momento. Ou então continuo fazendo "air guitar" no meio da rua, como inclusive me peguei fazendo no meio da João Pessoa um dia desses. De qualquer maneira, alguém aí tem ou conhece quem tenha uma guitarra velha e barata para vender? Estudo propostas. De repente até uns ensaios sem compromisso, vai saber...


NOTA DE RODAPÉ: Estou estudando seriamente a possibilidade de mudar o endereço desse blog. Calma, calma: estou curtindo a volta ao esquema blogueiro, e não cogito abandoná-lo tão cedo. É só mudança de provedor, mesmo. O Blogger é legal, mas muito simples, e ando com vontade de dar umas incrementadas por aqui. Graças a alguns blogs - como os do Luis Felipe, da Emily e da Cris Simon - acabei tendo contato com o WordPress, e gostei um bocado. A possibilidade de mudança de ares se fortalece; avisá-los-ei, se for o caso.

sábado, março 31

O homem na frente do Madre Pelletier

Ônibus. Voltando para a casa, depois de longo dia de trabalho e antes de curta e um tanto frustrante incursão no mundo cada vez menos atrativo das festas pseudo-fabicanas. Calor, muito calor. Cabeça enconstada no vidro, pensando num banho rápido, na primeira e única refeição minimamente decente do dia e torcendo ingenuamente por um mínimo de músicas decentes na festa em que eu iria horas depois. Como todos os dias, o ônibus que pego passa na frente do Madre Pelletier. Um trajeto comum, de uma viagem comum, de um cotidiano banalizado e insensivelmente comum. O que não era nada comum era o homem parado de pé no meio da rua, olhando fixamente para uma das janelas gradeadas do presídio feminino.

Ele estava simplesmente parado ali, entendem? Olhando para cima, alheio a tudo que não tivesse relação com seja lá o que fosse que o levava a ficar naquela posição. Tinha um daquelas sacos de papel de supermercado na mão, que usava à guisa de sacola, e vestia uma calça de abrigo que um dia fora azul e uma camiseta que um dia deve ter sido branca e tido algum tipo de estampa colorida. Uma pessoa marginal, não no sentido de ser um bandido, mas sim de ser um ser humano que trazia em si os traços de uma vida vivida à margem, na privação e na falta de perspectivas. Uma pessoa simplesmente parada lá, olhando para a janela gradeada do Madre Pelletier, sem admitir interrupções, sem desviar o olhar. E essa simples visão foi uma das coisas mais singelamente bonitas que vi em muito, muito tempo.

Não tinha ninguém dependurado na janela. Se ele olhava para cima buscando ver uma esposa ou namorada, estava certamente fracassando, pois não havia ninguém para ser visto. E ainda assim, fiquei com a impressão de que era isso mesmo - que aquela pessoa, humilde de uma maneira que só a pobreza ensina a ser, estava em busca da visão de alguém a quem queria bem, e que a circunstância ocasional de essa pessoa não estar visível era frágil demais para detê-lo na observação. Aguardava, certamente, que ela surgisse, e pelo que me pareceu aguardaria até o fim do universo se fosse preciso.

Não vi o final desse pequeno drama urbano: o ônibus não foi nada paciente, e tão logo as pessoas que embarcavam desistiram de seguir embarcando, tomou seu rumo sem espaço para observações pueris. O homem sumiu da minha vista ainda olhando, ainda concentrado, ainda digno em sua espera sem concessões. Invejei o homem, admito: porque ele sabia o que queria, e admitia esperar pelo que fosse para que tudo chegasse ao fim da melhor maneira. Quantos de nós podem dizer que têm esse tipo de certeza?

quarta-feira, março 21

Breve fábula sobre o conhecimento adquirido

Primeiro dia de treinamento dos novos monitores no Estúdio de TV da Fabico. No início da noite, chegam quatro novatos, e eu e o sagaz DJ Manua nos pomos a dar as primeiras noções do maravilhoso mundo do vídeo para eles. Ok, isso é uma ilha de edição, isso é uma câmera, essas são nossas maravilhosas lâmpadas de luz fria que vão evitar que nossos apresentadores de Tele1 apareçam suando na tela, enfim. Daí chego na sala bem do fundo, onde ficam as ilhas para as produções do núcleo, e começo a falar do nosso equipamento que produz cópias para decupagem. Falo das fitas Mini DV, da gravação em fitas VHS, de como se tem que ligar aqui para que aquilo lá funcione e tal e coisa, e de repente a pergunta singela, feita por uma das meninas que ouviram com toda a atenção possível o que eu dizia, me desarma:

- Tá, mas o que é decupagem?

Moral da história: ninguém nasce sabendo, Igor Natusch. Ninguém.

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Ah, e acabei de editar o documentário do Gramado Cine Vídeo. Alguns vão entender o valor dessa singular conquista; a maioria não, mas enfim. Estou aliviado, então me perdoem a afirmação (quase) sem sentido e saibam que a leitura rápida e desinteressada da mesma ajudou a fazer um profissional de vídeo feliz. Obrigado.

domingo, março 18

Ansiedade de uma noite de sábado

Estou, nesse momento do fim de semana, tentando escrever um roteiro. Não entrarei em detalhes sobre o assunto, prefiro entrar nesses pormenores em momento mais adequado. Basta que saibam que estou escrevendo um roteiro. E que está sendo difícil.

Eu, quando estou inventando algo, me transformo em uma pessoa muito inquieta. Ando pela casa como um louco, falo sozinho como um louco, faço gestos largos e exagerados como qualquer louco faria. Minha respiração acelera, meus dedos ficam inquietos tamborilando no que quer que encontrem no caminho e uma fome originária da ansiedade me faz beliscar qualquer coisa que pareça remotamente comestível. Acima de tudo, me torno meio cego e surdo: as coisas ficam meio embotadas, nada parece importante a não ser o que eu esteja tentando inventar e/ou elaborar. No caso, um roteiro para um curta.

Não é divertido. Não é nada divertido, mesmo.

Às vezes eu fico me perguntando se vale a pena, isso. Querer se envolver com cinema, no Brasil. De vez em quando, acabo sendo realmente um pouco injusto comigo mesmo, e critico a mim mesmo com dureza. Me envolver com vídeo universitário: tem maior perda de tempo que isso? Se estressar desgraçadamente, tirar grana do próprio bolso, perder tempo, saúde e células cerebrais. Arrastar amigos(as) para o mesmo buraco, e juntos se afundarem na confusão e na incerteza. Se decepcionar com pessoas, depender da boa vontade de quem não quer ter boa vontade nenhuma, fazer as coisas sem ter o tempo adequado, dormir mal, comer mal, ficar mal. E para quê? Para fazer um punhado de filmes que quase ninguém vê, para receber no máximo alguns elogios de almas caridosas e só. Tantas vezes esse esforço todo parece inútil, parece fútil, parece uma grande bobagem. Sério, de vez em quando dá vontade de jogar tudo para o alto e se acomodar bem quietinho na segurança de um servicinho burocrático qualquer.

Mas esse sentimento nunca dura muito tempo. Começo a lembrar das coisas legais que aconteceram desde que resolvi embarcar nessa canoa furada, e logo me sinto bem de novo. Lembro das pessoas fantásticas que conheci, dos momentos divertidos que vivi e de como minha vida mudou desde que comecei a querer dar uma de realizador audiovisual. Não acho que eu possa desistir disso tudo, mesmo que eu quisesse - e, na moral, eu não quero. Os momentos de questionamento são frutos da ansiedade, também - mas, como a própria ansiedade que os gera, passam assim que as idéias certas aparecem e eu coloco a cabeça no lugar. A canoa pode até afundar, mas a viagem vai ter valido a pena de qualquer modo.

De mais a mais, a gente faz as coisas porque precisa fazer, porque sente que elas têm que ser feitas e porque se não for a gente a fazer ninguém fará. Então, que assim seja.

Ok, chega de auto-análise. Voltemos ao roteiro.

sábado, março 10

51st STATE: ainda (muito) atual

Nesses tempos de visita de George W. Bush à América Latina, é óbvio que eu não poderia pensar em outra coisa que não no New Model Army.

Sim, o New Model Army. Grande banda inglesa dos anos 80, uma das mais criativas e politizadas do tal "pós punk" britânico e, mais importante, uma das primeiras a exibir um sentimento de censura aos Estados Unidos em suas letras. Em várias de suas composições, a banda de Justin Sullivan (ou 'Slade the Leveller', como preferem os saudosistas dos 80s) descia a lenha na política norte americana dos tempos de Guerra Fria - e na subserviência de Margaret Tatcher e do governo inglês às patotadas da antiga colônia. Mas para mim nada que eles fizeram se compara à estupenda "51st State". Trata-se de uma pérola, não só musicalmente - revezando arranjos de violão e guitarradas pesadas com grande desenvoltura - como também liricamente - a letra, escrita na verdade por Ashley Cartwright do The Shakes, é de uma ironia feroz e de subentendidos que falam alto, bem alto. O título refere-se ao conceito do 51º estado americano, muitas vezes usado para se referir a países ou territórios que os EUA consideram estratégicos e onde eles investem pesado no lobby político e militar. Ah, vá lá, segue a letra abaixo para vocês terem uma noção:

Look out of your windows, watch the skies
Read all the instructions with bright blue eyes
We're W.A.S.Ps, yeah proud American sons
We know how to clean our teeth and how to strip down a gun

We're the 51st state of America

Our star-spangled Union Jack flutters so proud
Over the dancing heads of the merry patriotic crowd
Tip your hat to the Yankee conquerors
We've got no reds under the bed with guns under our pillows

We're the 51st state of America

Here in the land of opportunity
Ah! Watch us revel in our liberty
You can say what you like but it doesn't change anything
Because the corridors of power they're an ocean away

We're the 51st state of America

E como eu estou muito, mas muito bonzinho hoje, tomem aí o mp3 da música também:


O mais impressionante para mim, no caso, é perceber como a letra dessa música (escrita em 1986) encaixa bem com o panorama atual. Vinte anos se passaram, os "inimigos da democracia" são outros, mas as coisas seguem seu rumo no mesmo ritmo de antes. E o Reino Unido segue sendo o bom menino que faz tudo que o dono manda. Pois é.

Enfim, se esse post não presta para mais nada (afinal, You can say what you like but it doesn't change anything), pelo menos curtam a canção. Se gostarem, comprem e/ou baixem o disco que tem essa música (o magistral "The Ghost of Cain") e depois a discografia inteira. Isso sim é que devia tocar nas festas anos 80, não aquele monte de música brega...


NOTA DE RODAPÉ: Vocês leram a "reportagem especial" da Zero Hora de quarta sobre a invasão da Via Campesina às supostas "áreas florestais"? Sério, se não viram, dêem um jeito de arranjar o jornal de quarta e verem com os próprios olhos. A manchete de capa já é linda: "o setor florestal como alvo", como se plantações de eucalipto fossem mata nativa do RS. Mas o filé mesmo é a "reportagem" em si - confesso que mesmo eu, acostumado a ser crítico com as bobagens da ZH, fiquei abismado lendo essa "matéria". É uma aula de não-jornalismo, um desfile de imparcialidade, uma pérola de cretinice do mais alto quilate. Nenhum contraditório (falaram até cansar com os empresários prejudicados, mas de representantes da Via, nem um suspiro), nenhum interesse em esclarecer os fatos que ocorreram, nem mesmo uma tentativa discreta que seja de disfarçar a falta de vergonha na cara. É um editorial (mal escrito) travestido de matéria "jornalística", e a desfaçatez é tal que nem assinatura a "reportagem" tem. Afinal, é "reportagem especial", para que assinar, não é? Nem é questão de simpatizar com a Via Campesina ou com o MST, é de ver uma coisa que deveria ser muito séria ser tratada de modo extremamente tendencioso sem que haja sequer respeito à inteligência do leitor. Que vergonha do jornalismo gaúcho, meu Deus.

terça-feira, fevereiro 27

Formatura da Fabico (ou A vida não é um crepe de ricota com nozes flambado no conhaque, mas bem que poderia ser)

Como era de se esperar, fui sábado na formatura do pessoal da comunicação da Fabico. Eu conhecia vários dos(as) formandos(as), então era meio inevitável a minha presença. Mas não vou falar aqui dos sentimentos que me acometeram ao ver um monte de gente que entrou junto comigo na faculdade se formando, ou dos momentos cômicos da cerimônia, ou das homenagens ao Gabriel (que, caso alguém não saiba, morreu tragicamente dois dias antes de defender sua monografia), nem das pessoas que revi por lá e das que achei que ia ver e não consegui. Não... Não vou falar de nada disso.

Eu vou falar do crepe que eu comi, isso sim.

Foi na recepção da Débora, a primeira das duas pelas quais passei naquela noite – a outra foi a da Ana Luiza. Bem legal: lugar muito bonito, ambiente bacana, bons amigos, bebida farta e boa comida. Fiquei um tempo mais na manha, só na conversa e na bebida para descontrair, mas uma hora o estômago se manifesta e o guerreiro acaba tendo que repor as energias depois de 3 horas de formatura. O Zeh tava lá, dizendo que o tal crepe era divino, então resolvi passar lá para ver qual que era.

E vi. Uma massa fininha e apetitosa era recheada com uma mistura de ricota com nozes que era uma coisa linda de se ver, que dirá de comer. O cozinheiro fechava o crepe na própria frigideira, com movimentos experientes de braço e ombro, e depositava o conhaque por volta da iguaria para o grande momento plástico daquela já bonita visão. Breves instantes de contato com o fogareiro e voilá: surgia a chama, enorme, flambando o acepipe antes que nossos olhos maravilhados compreendessem de todo o que estava se passando. E daí nos restava o crepe pronto para degustação, tão tangível e comestível que de certo modo seu fascínio quase se perdia depois de uma preparação tão impactante. Até a primeira garfada, é claro – porque o gosto daquilo, acreditem-me, era não menos do que celestial.

Bendita a faculdade que, ao fim de seu curso, leva uma pessoa de bom coração a oferecer aos amigos um alimento de sabor tão sensacional. Depois de anos de salas aos pedaços, currículo embromador, professores embromadores, colegas embromadores e um ar de embromação tão intenso no ar que se torna quase impossível você mesmo não virar um embromador, um crepe de ricota com nozes flambado no conhaque é um consolo dos mais válidos e comoventes. Degustar um crepe desses é celebrar a vida, é comemorar o fim de uma fase importante sem lágrimas e sem remorsos. Quem se importa se os amigos vão indo embora e você vai ficando, cada vez mais sem raízes e sem ter no que se agarrar? Que diferença fazem as hesitações profissionais e as incertezas da monografia? Quem liga se o fim vai chegando mais e mais perto e a gente não tem certeza nenhuma se quer que acabe mesmo ou não? Sim, sentiremos falta de ir no Dacom depois do almoço no RU, ficar ouvindo um som e conversando com pessoas legais enquanto esperamos nossa vez na sinuca. Vamos ter saudade das aulas horríveis transformadas em momentos inesquecíveis graças a uma conversa em folha de caderno ou uma partida clandestina de truco. Lembraremos saudosos dos dias alegres de graduação, quando o fim da estrada se escondia atrás da curva e a moleza parecia que não ia acabar: mas quem liga? Se, no fim do caminho, tivermos a chance de saborear um crepe de ricota com nozes flambado no conhaque, deixar tudo para trás talvez até acabe mesmo valendo a pena.

É. Acho que está na hora de me formar de uma vez.

NOTA DE RODAPÉ: assisti esses dias "À Procura da Felicidade", com Will Smith. Bem bonzinho o filme: história bacana, roteiro bem redondinho (as reviravoltas do protagonista em busca de suas máquinas de tomografia óssea são muito bem inseridas no filme, de modo que se esquece fácil fácil que são no fundo desnecessárias para a história), um direção simples e competente de Gabriele Muccino e uma ótima atuação de Will Smith, construindo um personagem tocante na sua dedicação ao filho e na sua determinação em ter sucesso. Tem alguns momentinhos que beiram o exagero, e é óbvio que reproduz um clichê hollywoodiano típico (o bom moço que supera dificuldades tremendas para conquistar seu quinhão no 'american dream') sem nenhuma tentativa de ousar, mas no fim das contas cumpre o seu papel de entreter uma platéia com muitas e muitas sobras. Nunca esqueçam disso, meninos e meninas: cinema é, antes de tudo, diversão. Bem bacaninha, recomendo.

quinta-feira, fevereiro 15

Breves comentários sobre música na vida recente de Natusch

1) Comprei meu baixo novo. Hooray! É um Ibanez azul e preto, de pintura brilhante, e tem um timbre que me agradou deveras. Foram cerca de dois anos pensando no assunto, estudando possibilidades e torcendo por aportes financeiros que financiassem a empreitada - ou seja, vocês podem imaginar minha alegria. Eu colocaria uma foto dele aqui, se a tivesse tirado - só uma, e bem pequena, que isso não é fotolog. Mas enfim. Ele será bem útil nas gravações da demo da minha banda, que estão em estágio inicial. Aliás, isso até merece um novo tópico, não? Então;


2) Minha banda está no estágio inicial da gravação de sua segunda demo. Gravamos a maioria das guias (que são versões bem cruas das músicas para que especialmente o baterista use de referência na hora de gravar suas partes) na sexta passada, e amanhã de manhã devemos concluir umas coisinhas que ficaram faltando. Em março deve rolar a maioria das sessões propriamente ditas, e num fim de semana desses estarei em um estúdio da zona sul registrando minhas linhas de baixo. Estou feliz desse período ter finalmente chegado, e ansioso para ouvir os resultados. Se vai ser a mais nova sensação do Heavy Metal ou não, para mim não faz muita diferença. Bom eu garanto que vai ficar, de qualquer modo...


3) Algo um pouco mais construtivo e menos auto-indulgente, que fica como dica para vocês. Até agora, o melhor disco que ouvi em 2007 foi lançado em 2005: The Warrior's Code, do Dropkick Murphys. Confesso que desconhecia de todo essa banda: um bando de jovens criados em uma comunidade irlandesa nos EUA, que somaram a seu punk rock um monte de elementos folclóricos e instrumentos como realejo, violino e gaita de foles. É simplesmente genial. Músicas muito bem escritas, letras inteligentes e energia a rodo - ou seja, nada de Blink 182 (perdoem o palavrão) por aqui, pessoal. "The Green Fields of France", aliás, é uma das músicas mais bonitas que ouvi em muito, muito tempo: a narração em primeira pessoa de um cara que senta ao lado do túmulo de um soldado da Primeira Guerra Mundial, conduzida por um arranjo simples de piano. É lindíssimo, realmente comovente. Façam um favor a si mesmos e arranjem esse CD, seja como for. Vale a pena.

Encontre o Criador

  • Natusch
  • Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil
  • Eu não pinto a minha barba.
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