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BITKIDS: viajando no Submarino Amarelo!

Pois é, pessoal, estou feliz: consegui baixar esses dias o CD do Bitkids, na íntegra. Levou algum tempo de procura, e uma certa paciência esperando o “wishlist” do SoulSeek funcionar – sim, eu amo esse programa, ele revolucionou minha vida de uma maneira muito positiva – mas finalmente encontrei alguém com os arquivos e baixei o disquinho, feliz da vida. Estava ouvindo ele pela terceira vez agorinha há pouco, logo antes de começar a escrever esse negócio aqui, e me divertindo horrores.

O que é o Bitkids? Bom, para quem não sabe, trata-se de um conjunto infantil que se dedicava exclusivamente a fazer releituras de temas clássicos dos Beatles. Cantavam em português, substituindo as letras em inglês originais por versões bem bobinhas e pueris (melhores que as releituras do Nenhum de Nós, de qualquer modo, mas enfim) e conseguiram lá a sua repercussãozinha na metade dos anos 90, tendo até aparecido no Domingo Legal em uma ou duas oportunidades. Os Bitkids eram Júnior, Freddy, Ricardo e Wei, e tinham certos cuidados na homenagem aos ídolos, como usar cortes de cabelo, vestimentas e instrumentos semelhantes aos de John, George, Paul e Ringo, respectivamente. O único CD saiu em 1996, mas deve ter vendido menos do que os empresários do grupo mirim esperavam, pois é item razoavelmente complicado de achar hoje em dia.

Eu ouvi essa pérola ano passado, lá nas dependências do Dacom (o diretório acadêmico da Comunicação da UFRGS, para quem não sabe). Não lembro quem trouxe a preciosidade, mas foi uma das audições mais engraçadas que fiz em muito tempo. Dá até para dizer que “Gente Demais” (uma versão fabulosa de “Ticket to Ride”) e “Submarino Amarelo” (óbvia, essa) viraram hits instantâneos para os presentes, sendo cantadas em coro até hoje por alguns de nós. As letras, como dito, eram bobinhas ao máximo, a voz de Júnior é esganiçada e meio fora de tom, e toda a obra tinha um clima ingênuo e meio brega que era simplesmente contagiante. Dia desses a Judite, sempre com uma bela memória, me lembrou dessa preciosidade, e lá fui eu catar os mp3, e tentar descobrir mais sobre os rapazes.

Interessante que é meio complicado achar informações dos Bitkids na Web. Pelo que eu consegui descobrir, eles estavam fazendo shows até 2001 pelo menos, embora na época já tivessem se “vendido” e desatado a incluir músicas próprias no repertório. Depois, sabe como é, eles cresceram e resolveram fazer coisas diferentes de suas vidas. Ricardo, o Paul do Bitkids, foi o que melhor se deu no mundo da música, e hoje toca baixo e faz backing vocals no Ultraje a Rigor, vejam só. O Fred, pelo que pude notar, se viu envolto em boatos, e chegou a se dizer por aí que ele tinha casado com uma filha de John Lennon (!) e estava morando no exterior. Seria no mínimo engraçado (para não dizer surpreendente), mas não acho que seja verdade – aparentemente, ele e Wei estão tocando junto com o pai de Fred em uma banda de covers por aí. Mas, vai saber, às vezes a vida é mais fantástica que a ficção... Quem sumiu, mesmo, foi o Júnior, o líder do Bitkids. Ele chegou a tocar por um tempo junto com o Ricardo em outra banda tributo ao Beatles (chama BeatSoulEver, e que teria tocado até no Cavern Club em Londres), mas aparentemente ele deixou o grupo e boatos de Orkut dizem que o rapaz virou garçom e hoje está curtindo um pagode. Espero, de coração, que seja ironia – na verdade acho que é, de qualquer modo.

Enfim. O negócio é engraçado, e é por isso que estou falando dele por aqui. Mas não é um engraçado de tosco, de porco, de mal feito – na verdade, ele parece mais ingênuo do que qualquer outra coisa. Como não ter simpatia por um moleque vestido de John Lennon, cantando desafinadamente o refrão de “Ticket to Ride” como se fosse “Havia gente demais / para namorar”? Como não se divertir horrores com uma “Twist and Shout” transformada em “Chegue Mais, Baby”, descrevendo uma festinha de moleques em um apartamento e ostentando versos de pura poesia como “vou arrastar o sofá”? E, a bem da verdade, diga-se que os moleques tocavam direitinho e que Ricardo, já naqueles tempos, era um baixista de inegável futuro – sério, palavra de baixista, o guri tinha jeito para a coisa. Era um projeto meio bobo, mas que foi pioneiro no mundo – sério, em mais de um lugar li estrangeiros fãs dos Fab Four dizendo que o Bitkids foi a primeira banda mirim especializada em fazer covers de Beatles de que se tem notícia. E acho que é a soma disso que faz tudo ser divertido para mim – esse pioneirismo ingênuo, essa vontade quase infantil de fazer alguma coisa legal e divertida com os amigos, essa desconstrução quase acidental de músicas que já estamos carecas de ouvir e conhecer. Claro que de ingênuos os empresários dos guris não tinham nada, e devem ter forrado as carteiras com as aparições nos programas do Faustão e do Jô Soares. Mas, o que vocês querem que eu diga? Em seu humor involuntário simples e cativante, os Bitkids são uma das coisas mais divertidas que eu ouvi nos últimos tempos, e vão ficar um bom tempo ainda entre as opções de disco do meu Media Player.

Resolvendo o mistério:
O wesley trouxe o CD e eu coloquei pra tocar. =) Ah, submarino amarelo, submarino amarelo...

Bah, não sabia deles. Nunca tinha ouvido falar, e acho que também nunca ouvi no Dacom. Provavelmente eu me lembraria.

Espero mesmo que o ex-lider não tenha virado pagodeiro...

:)

Eu amo muito as muiscas dessa banda ,,quando eu era criança amava ouvir as musicas do cd que meu comprou pra mim,mas agora infelizmente eu não tenho mais esse cd e gostaria muito de saber se existe uma pessoa que me desse uma colaboração de me dizer onde eu conseguiria musica dessa banda pra baixar.

agradeço desde já,.
obrigado,..

Então, Franco... Eu baixei pelo SoulSeek, como dito no post. Demorou para achar, mas acabou dando certo. Se for o caso, posso dar um jeito de te mandar, coloco no rapidshare ou algo assim. Entre e contato, e negociaremos =P

Abraço!

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